Desde a primeira respiração os nossos pés nos levam para uma corrida frenética e interminável, nossos olhos se fecham em meio às diversas realidades que passam ao nosso redor. Um labirinto de emoções formam em nosso coração, chamando-nos para continuar nossa procura.
Assim caminhamos por todo uma noite, uma estação e tempo, não sabemos mais onde estamos, mas sabemos que procuramos algo, não um desejo, talvez um relacionamento, mas mesmo no emaranhado de amores eles se perdem no olhar do vivido.
O que nos resta é continuar esta procura, profunda em nossa alma, procurando os mais diversos “agoras” de prazer e salvação de nossas dores, que se escondem em meio às bebidas, musicas, filmes, alimentos, desejos…
Mas pela manhã ela retorna mais forte, como uma carona indesejada a minha alma. Porque tenho que continuar seguindo em seu caminho ao escuro, avançando conforme a sua rima.
Nosso único olhar é esperar o nosso herói, será que nesta história a vítima alcança a redenção?
A realidade que embriaga os meus sentidos dizendo que não há redenção e esperança no mundo dos homens, e o que nos resta é fugirmos e fugirmos, corrermos e corrermos, nos escondendo em nosso trabalho, em nossa casa, em nosso dinheiro…
Pensarmos que tudo isso foi um sonho, um delírio de uma mente que não deve pensar, achar e sentir, mas continua a marcha dos trezentos para desolação.
A razão humana deve sucumbir neste delírio, para outro olhar, um olhar que podemos encontrar mais do que o materialismo, mais do que o sentido estoico do homem que acredita só no que vê. A realidade é mais do que rio transversal dos olhos, pois sua multiplicidade de imagens não podem ser captadas pela visão, mas mesmo assim existem e estão ao nosso derredor.
Neste prisma podemos encontrar nas velhas palavras daquele homem que já esquecemos o nome, palavras ditas para uma pessoa que como nós que fugia e fugia se esquecia de seu reflexo no desenrolar do tempo: “A água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água, jorrando para vida eterna” (João 4.14 – KJA).
Esta é a carona que devemos tomar para a nossa alma, aquela que revela o nosso propósito e vocação, que faz do mundo que vemos, além da profissão, do dinheiro e do adjetivo que nos resume que são como suprimentos e roupagens simbólicas que se desfazem com o tempo e não põe fim a nossa sede.
Por isso onde você estiver marchando, pare e volte, onde você estiver correndo em seu cotidiano frenético da vida, desacelere e encontre nas palavras deste velho amigo o refúgio daquilo que você realmente é, não apenas para suprir a si mesmo, mas verdadeiramente saber que você não precisa fugir da realidade, mas poderá mudá-la como Ele o fez.
Texto: Lucas Vicente.
*KJA – King James Atualizada.